Cinema de Guerra
Dois filmes interessantes sobre a irracionalidade humana em clima de guerra: Horizontes da Glória de Stanley Kubrick e Cartas de Iwo Jima de Clint Eastwood.
A perfeição técnica dos dois é irrepreensível.
Quanto à estrutura narrativa há que salientar o seguinte:
Em ambos, as preocupações éticas e a crítica à guerra são evidentes. Ambos falam de missões suicidas.
No primeiro, a legítima desobediência a ordens superiores e na segunda a sacrificial obediência às mesmas ordens. No primeiro um general louco que se coloca, cobardemente na traseira das suas tropas e tenta arranjar bodes expiatórios para os falhanços militares , metodicamente impostos pelo quartel general. No segundo, um general clarividente nas razões e efeitos da guerra, que se coloca na dianteira das suas tropas.
Tanto as cenas finais de horizontes da glória como das cartas de Iwo Jima relatam o rosto humano da guerra: Que não escolhe credos, religiões, raças e que no fundo face à irracionalidade, todos os humanos são iguais e que face à solidariedade igualmente todos são iguais.
O primeiro filme relata a I Guerra Mundial e as tropas francesas face ao inimigo alemão. O segundo relata a II Guerra Mundial e a resistência e queda honrosa do soldados japoneses face as tropas norte americanas.
Dois filmes iconográficos na cinematografia de guerra que ao lado do Apocalipse Now – que tratou a guerra no seu lado subjectivo – fazem reflectir sobre a questão inútil das guerras: Ao querer combater as diferenças, sejam elas ideológicas, políticas, sociais ou económicas no fim de tudo, as guerras colocam todos no mesmo patamar. Não há vencidos, nem vencedores. Todos são vencidos.
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